Psicologia Perinatal

Psicologia Perinatal

A jornada de construir uma família começa antes da gravidez, envolve um conjunto de fatores que devem ser cuidadosamente considerados ao longo de todo o processo.

O período da gravidez é considerado, na generalidade dos casos, como uma fase feliz na vida do casal, porém, esta fase não aporta unicamente momentos de felicidade. São várias as mudanças que se sentem e que podem trazer algum desconforto, principalmente a nível da vulnerabilidade da mulher, cuja condição se prolonga após o nascimento do bebé.

A intervenção psicológica tem como objetivo reestabelecer o funcionamento e equilíbrio prévio da pessoa, actuando em várias dimensões. Integra o fortalecimento de mecanismos de defesa adaptativos e a adoção de estratégias para aliviar os sintomas. Adicionalmente, compreende a identificação, avaliação e acompanhamento de condições clínicas pré-existentes, como ansiedade ou depressão, e a identificação de ambientes inadequados e conflituosos. Foca-se, de igual modo, no desenvolvimento emocional, promovendo a autonomia, a consolidação de uma identidade própria e a construção de uma auto-imagem integrada do self. Trabalha, igualmente, na identificação e ajuste de expectativas e crenças desajustadas, bem como na gestão das diversas mudanças individuais e do casal. Destaca ainda a reformulação de papéis e a gestão das expectativas e realidades da transição para a parentalidade, além de fomentar o vínculo com o bebé.

A Intervenção psicológica pode atuar nas sequentes fases:

A intervenção psicológica na pré-concepção envolve várias áreas importantes, nomeadamente, na redução de ansiedade, uma vez que a decisão de ter um filho pode ser acompanhada de sintomas de ansiedade e medo, bem como pelo impacto das alterações físicas, psicológicas e relacionais. É essencial identificar e alterar crenças e pensamentos disfuncionais para promover uma atitude mais consciente e realista. Além disso, a identificação de quadros clínicos pré-existentes, como a depressão ou ansiedade, é crucial.

O planeamento familiar é outra área de foco, onde as sessões orientam o casal para a importância de estabelecer expectativas realistas e metas a curto, médio e longo prazo, assim como a gestão de possíveis conflitos e na melhoraria da comunicação, proporcionando um ambiente mais harmonioso. É, igualmente importante incentivar o casal a priorizar o bem-estar, adotando comportamentos e hábitos ajustados à nova realidade.

Para além disso, a intervenção psicológica enfatiza a importância do suporte emocional e social, assegurando que o casal tenha uma rede de apoio sólida. A educação sobre a saúde reprodutiva, que inclui formações sobre a fertilidade e cuidados pré-natais, é fundamental para preparar o casal para a concepção e a gestação. A abordagem nesta fase, também considera o impacto de fatores externos, como o stress no trabalho e as questões financeiras, ajudando o casal a desenvolver estratégias para lideram com os problemas desta indole de forma mais eficaz.

Nesta fase, a abordagem terapêutica foca-se no suporte emocional, ajudando a mulher a adaptar-se às mudanças psicológicas, físicas e sociais. Este apoio fortalece a capacidade de resiliência e a autoeficácia, contribuindo para uma melhor adaptação global durante a gravidez.

A intervenção precoce para prevenir ou tratar a depressão pré-natal, assim como a gestão de stress, da ansiedade e dos medos, é fundamental durante toda a gravidez. Esta intervenção ajuda a reduzir pensamentos catastróficos e irracionais, promovendo uma gravidez mais saudável e equilibrada, preparando a mulher para lidar com os desafios desta fase com maior serenidade.

A preparação para o parto inclui uma abordagem de psicoeducação sobre o processo de parto, com técnicas de relaxamento e estratégias adaptativas, que aumentam a confiança e a tranquilidade. Estas medidas são fundamentais para diminuir o medo do desconhecido e proporcionar uma experiência de parto mais positiva.

Além destes focos, o acompanhamento psicológico incentiva a criação de uma rede de suporte social e familiar, que é essencial para o bem-estar da mulher durante e após a gravidez. Este rede envolve o companheiro/companheira, a família alargada, os amigos e os grupos de apoio.

No período do pós-parto a continuidade das consultas de psicologia é crucial devido ao impacto da transição para a fase de parentalidade e o ajuste à nova realidade, bem como a prevenção da perturbação depressiva pós-parto, ansiedade pós-parto e outros aspectos relacionados com a saúde mental. O acompanhamento psicológico pode, também, ajudar o companheiro a lidar com as suas emoções, medos e responsabilidades, além de oferecer suporte à mãe. A gestão das expectativas e realidades da maternidade e/ou parentalidade, incentiva os pais a desconstruir mitos e idealizações.

A mãe, estando ainda a passar por alterações hormonais e físicas, deve ter acompanhamento adequado, sendo capaz de aceitar estas alterações como parte natural do processo. A privação do sono, sendo um critério que leva a mãe a ficar mais propensa à exaustão, pode gerar desorganização mental e dificuldade em gerir as suas emoções e pensamentos, comprometendo o seu bem-estar. É, por isso, fundamental abordar a importância do autocuidado, incentivando a mãe a reservar tempo para si mesma, para descansar, relaxar, praticar atividades prazerosas, etc. As técnicas de relaxamento e mindfulness, como a meditação, respiração profunda, são extremamente benéficas para ajudar a mãe a gerir a ansiedade.

Por último, mas não menos importante, explorar as estratégias para lidar com a pressão social e as expectativas irreais associadas à maternidade, ajuda os pais a desenvolverem uma abordagem mais realista e flexível para lidar/gerir os desafios a que são expostos.

A importância do vínculo com o bebé durante a gravidez

Sendo um tema, igualmente, explorado em contexto de intervenção, o vínculo com o bebé ainda durante a gravidez, é fundamental para o desenvolvimento saudável da criança e para o bem-estar emocional da mãe. É através do vínculo que se estabelecem bases para uma relação segura e afetuosa que se prolongará após o nascimento.

Estudos revelam que a interação da mãe com o bebé, durante o período da gravidez, torna os bebés mais propensos a desenvolverem uma sensação de segurança após o nascimento. Durante este período a mãe começa a criar uma ligação com o bebé através de comportamentos e pensamentos, como falar com o bebé e acariciar a barriga, por exemplo. Tais ações promovem um sentimento de conexão e felicidade, podendo reduzir a ansiedade e o stress. Esta conexão com o bebé, no pós-natal, pode levar a mãe a sentir-se mais preparada para responder, de forma mais sensível e ajustada, às necessidades do recém-nascido.

É por essa razão que as intervenções psicológicas são tão importantes nos vários estágios pré-natais, promovendo o bem estar e saúde geral dos pais e, após o nascimento, ao próprio bebé.

Agende a sua consulta de intervenção psicológica na pré-concepção, gravidez ou pós-parto.

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