Fatores de Stress

Perturbação de Stress Pós-Traumático

A Perturbação de Stress Pós-Traumático (PSPT) é uma perturbação mental caracterizada pelo desenvolvimento de sintomas característicos após a exposição a um ou mais acontecimentos traumáticos.

O acontecimento traumático pode ser reexperienciado de várias maneiras. Comummente, as pessoas têm lembranças intrusivas, involuntárias e recorrentes do acontecimento. A ênfase está orientada para as memórias recorrentes do acontecimento que em geral incluem componentes comportamentais fisiológicas, emocionais e sensoriais.

Um sintoma muito comum são os sonhos geradores de mal-estar em que o acontecimento é revivido ou representado, ou cujo tema está relacionado com as ameaças do acontecimento traumático. As pessoas podem experienciar estados dissociativos que duram segundos a várias horas ou mesmo vários dias, durante os quais o acontecimento é revivido e a pessoa comporta-se como se estivesse nesse momento a experimentar o acontecimento. Os flashbacks, por norma são breves, mas estão associados ao mal-estar prolongado ou ao aumento da ativação.

Os estímulos associados ao trauma são persistentemente evitados. A pessoa muitas vezes faz esforços deliberados para evitar pensamentos, memórias, emoções ou falar acerca do acontecimento. Pode apresentar diminuição significativa de interesse ou da participação em atividades previamente gratificantes, pode sentir-se desligado ou com a sensação de estranheza em relação a outras pessoas, pode ter uma incapacidade persistente de sentir emoções positivas.

As pessoas com PSPT podem ser facilmente irritáveis e mesmo envolver-se em comportamentos agressivos verbais e/ou físicos com a mínima ou sem provocação. Podem, igualmente, desenvolver comportamentos imprudentes ou autodestrutivos, como: condução perigosa, uso excessivo de álcool ou de drogas ou comportamentos autolesivos.A reatividade a estímulos inesperados é também experienciada, havendo uma resposta de sobressalto exagerada ou agitação. As dificuldades de concentração, incluindo dificuldades em recordar acontecimentos diários ou executar tarefas de forma concentrada (p. ex. seguir uma conversa por um período de tempo), são também comuns.

A qualidade do sono é, claramente, comprometida podendo estar associada a pesadelos e a preocupações com a segurança. Algumas pessoas experienciam sintomas dissociativos persistentes em que se sentem desligados do seu próprio corpo (despersonalização) ou do mundo (desrealização).

Em acontecimentos traumáticos graves, repetidos e prolongados, as pessoas podem apresentar dificuldades na regulação das suas emoções ou manter relacionamentos interpessoais instáveis ou sintomas dissociativos.

O tratamento deve ser considerado na sua vertente psicológica e farmacológica.A abordagem psicológica cuja intervenção tem tido muito eficácia consiste na terapia cognitivo-comportamental, que inclui a reestruturação cognitiva e os programas de gestão de ansiedade.